terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sonho de uma noite de eleições

Foi noite de festa, sem qualquer vergonha assumo que participei na euforia da verdadeira festa socialista com a vitória de Guilherme Pinto e substituí o meu café por um copo de bom vinho tinto e as torradas por uns camarões à maneira com o meu molho de manteiga a não poder faltar. Se calhar os copos que se seguiram contribuiram e talvez o café tivesse "cheirinho", mas na minha mente moldou-se um delírio cinematográfico, digno de um Fellini alucinado e argumentado por um Tarantino, com uns aromas de Tim Burton:
Corria o dia 11 de Outubro do ano da graça de 2009 depois de Cristo quando pela hora das completas (hora da oração da noite) o” Senhuor de Matozuinhos” falava do púlpito televisivo aos seus “fiéis”. Eis que para espanto de todos, depois de não sei quantas voltas acerca do que deveria ser uma oração de perdão pelas mentiras, calúnias e actos de verdadeira loucura e esquizofrenia, o discurso começa como uma verdadeira homilia de dia de Páscoa: a ressurreição.
Mas quem ouvia não conseguia perceber nada de tal discurso pois, se por um lado o dito senhor dizia que não tinha perdido as eleições e não culpava os eleitores que nele não votaram, por outro culpava um certo aparelho de um tal grande partido.
Ora é talvez chegada a hora de os seus “fiéis” perguntarem efectivamente qual é afinal o tal partido, o seu credo e de onde lhe vem tanto provento porque afinal a sua dita ressurreição não passou de um negócio feito dentro dos autocarros, às portas de barraquinhas de cerveja contratadas e até às senhas de racionamento para o almocinho (uma bela nota de 50 euros por cabeça).
Isto dá que pensar até para um agnóstico convicto como eu, porque afinal a montanha pariu um ratinho, e digo ratinho visto que, feitas as contas finais da campanha deste tal Senhuor de Matozuinhos, os seus ditos fiéis vão cobrar o dízimo dado em adiantamento para merecer a graça do seu perdão para um pecado que nem sabiam que tinham cometido.
Bem, em jeito de conclusão, penso que seja melhor aconselhar aos amigos deste “Senhuor de Matozuinhos” que talvez seja melhor trocar o púlpito da igreja do Bom Jesus pelo consultório do psiquiatra. Acredito que seria do agrado de todos e, depois de muitas consultas, até do próprio. Isto antes que ele seja um perigo para si próprio e ao confundir os solstícios se queime numa ”fogueira de beltane”, aparecendo depois sob uma forma qualquer a culpar meio mundo do que lhe aconteceu...

Eu garanto que regresso ao café e torradinhas, até porque a cafeína subversiva estará sempre presente para postar opiniões, anseios e reflexões!

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