domingo, 27 de setembro de 2009

A vitória toca a todos


Terminado o escrutínio das legislativas, deu-se como reeleito o actual primeiro-ministro. Apesar de amanhã, ao tomar o meu café matinal, me poder vangloriar de ter apostado no "cavalo vencedor", confesso ter ficado algo confuso relativamente aos comentários dos líderes supostamente derrotados já que, a julgar pelos discursos, todos venceram.
A Nelinha Leite venceu o título "maior partido da oposição", o Chico Canhoto o do "roubamos muitos votos ao PS", o proletário Jerónimo o título "a vitória moral do costume", o Paulinho das Feiras o do "sorriso forçado mais natural" e os dos partidos pequeninos o prémio ex-aequo "pelo menos participamos"...
Sendo asim, sinto-me defraudado ao exercer o meu dever cívico, aquele pelo qual tantos lutaram e se sacrificaram, que fizeram da política algo novamente emocionante e que motivava as pessoas, que permitia ideais diferentes dos da Velha Senhora, em que os derrotados se sentiam humilhados e derrotados por não terem conseguido convencer os eleitores da supremacia da sua doutrina.
Que raio de vitória é esta em que os adversários não baixam a crista que levantaram durante 2 semanas e aceitam que, contas redondas, PERDERAM???
Às tantas essa sempre foi a certeza dos derrotados, que nunca esperaram ser eleitos e que tiveram 2 semanas com metade do trabalho do Engenheiro Porreiro: só tiveram de preparar um discurso: o da DERROTA.

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